31 de jul. de 2011

Yaesu FT-101E–Que saudade!!!

 

UM CLASSICO! FT-101 apareceu primeiramente fora dos Estados Unidos em 1970. Ganhou a aprovação dos radioamadores por sua qualidade de sinal na transmissão, sensibilidade e seletividade na recepção e o elevado profissionalismo do projeto que se constitui em 10 módulos formados por placas de circuito em estado sólido agregadas num chassi comum. 

    Sua performance era marcante. No lançamento os primeiros FT-101 sofriam do problema de intermodulação (falta de rejeição) quando forte sinais colaterais atingiam sua frequência de recepção. Os radioamadores começaram a investigar estes problemas e a oferecer melhorias ao projeto existente. A fábrica Yaesu logo respondeu com uma modificação adicional que melhorou significativamente o receptor pouco seletivo. A melhoria no conjunto foi fornecida através de um kit chamado MIR-1 pelo fabricante, acompanhado de um manual de 25 páginas. Contudo, não era simples essa correção pelos radioamadores, sendo que a Yaesu determinou que seus revendedores o fizessem sem ônus para os proprietários. Havia naquele momento cinco sub-modelos derivados da Linha FT-101 e chegou haver certa confusão no mercado no início dos anos 70, pois somente pelo número de série do equipamento podia se dizer qual estava ou não equipado com o kit que melhoraria sua recepção e seletividade.

O melhoramento deu origem ao modelo FT-101B, com a adição da faixa de 160 metros. Com mais algumas melhorias estruturais e adição do "processador" de modulação, foi lançado o modelo FT-101E. O modelo  "E" foi refinado inteiramente e eliminado todos os problemas dos seus precedentes.  Este foi o transceptor  mais popular e o mais produzido pela Yaesu na série FT-101. Três versões do "E" foram comercializadas, sendo o modelo "E" com todas as opções; o "EE" (série econômica) sem o processador de modulação e o modelo "EX" (de economia extrema) sem o processador de modulação e sem o cristal da banda de 160 metros, além de não vir com o microfone como elemento de série. Também não possuía entrada para alimentação por corrente contínua (12 volts). O último modelo na linha analógica era o FT-101F, que conteve todas as modificações, melhorias e opções durante toda a série. Somente poucas unidades da linha "F" foram fabricadas, que incluía também a sub-série "FE" (econômica) e "FX" (economia extrema). 

    Com competição feroz no mercado de transceptores HF, a introdução das novas bandas (WARC'79) houve a necessidade de qualificar a recepção dos equipamentos com filtros cada vez mais seletivos e sintonia digital. A série FT-101 foi  movida rapidamente do modelo análogo para o "ZD" ("Z" indicando o final da era Analógica e "D" indicando o advento do Digital). A série FT-101 durou 9 anos, começando em 1970 e terminando em 1979. 

Dez publicações ao longo dos anos de reinado da linha FT-101 ofereceram a milhares de proprietários a oportunidade de compartilhar  problemas, soluções e de dados do desempenho.  Milton Lowens, WA2AOQ, fundou em 1972 o Clube Fox-Tango Internacional e o Boletim Fox-Tango, que durante 14 anos abordou a existência dos Transceptores Yaesu da Linha FT-101. É a maior coleção de dados, informação e sustentação da imagem da marca para todo o mercado radioamadorístico ao longo do tempo. Tudo isso foi preservado e ainda hoje encontra-se disponível aos milhares de usuários ao redor do mundo. Verdadeiramente é um atestado de popularidade destes rádios que se estende até os dias de hoje. 

O FT-101 é um rádio híbrido que emprega circuito em estado sólido, sendo a excitação e o tanque final valvulados. As características são de um equipamento de alta performance, trabalhando com baixas correntes e tensões, exceto na etapa final do transmissor. 

    O estágio final é equipado com um par de válvulas 6JS6-C, excitado por uma válvula 12BY7A. Sua potência nominal de saída é de 130 watts PEP em SSB, equivalentes a 90 watts RMS em SSB e uma portadora de 40 watts em AM. As válvulas 6JS6-C são sintonizadas em 50 ohms através de uma rede convencional em "Pi". O circuito em Pi transforma a impedância da saída de 3000 ohms das válvulas a um sistema irradiante de 50 ohms, fornecendo a devida atenuação de harmônicos. Pode combinar uma variedade de impedâncias de saída que vão de 25 a 100 ohms, ou seja trabalhar confiavelmente com ROE (Relação de Ondas Estacionárias, Refletida) até 2:1 sem problemas. 

    Os transceptores foram feitos com placas modulares de encaixe que podem ser retiradas para reparo e recolocação posterior. Este projeto modular foi inovador no universo do radioamadorismo, que explica porque muitos FT-101 continuam em plena atividade nos dias de hoje. Com a funcionalidade das placas os reparos ficaram facilitados, além de eliminar volume considerável de fios na montagem. 

O transceptor inteiro foi feito de metal. As tampas, chassi, protetores, eixos, etc., são em metal. Mesmo a guarnição e os botões de plástico têm as inserções de bronze. O peso total fica na ordem de 16 kg.  

Principais agregados da Linha FT-101:

    Fonte de alimentação embutida

Processador de áudio

VFO em estado sólido com 1 kHz de resolução.

Modulação nos modos USB, LSB, CW, AM.

VOX e ANTI-VOX com sensibilidade ajustável.

Ajuste de tom para CW.

Selecionável calibrador de frequência de 25 kHz e 100 kHz.

Clarificador de recepção (RIT) com cobertura de +/- 5 kHz.

Recepção numa frequência auxiliar WWV.

Alto-falante embutido de alta performance.

   Filtro de SSB e CW opcionais.
As válvulas que dotaram originalmente a Linha FT-101 eram fabricadas pela NEC e Toshiba. Entretanto podem ser substituídas por outras marcas, não as encontrando no mercado fornecidas por esses fabricantes. Neste caso basta uma simples modificação no circuito de neutralização, substituindo o capacitor de mica de 100 pf 1000 VDC por outro também de mica, mas somente com 10 (dez) pf 1000 VDC. Este capacitor, identificado como C125 está em série com o capacitor variável de 10 pf, neutralizando o circuito de placa. Esteja seguro que a voltagem de isolação seja de pelo menos 1000 VDC, porque o elevado aquecimento do tanque final pode afetar o desempenho e danificar prematuramente as válvulas. Mantenha os terminais curtos e na mesma disposição física do capacitor original.
A não substituição desse capacitor tornará a neutralização dificultada e as válvulas irão superaquecer nas bandas altas, abreviando a vida útil das mesmas.
Ao fazer a nova neutralização siga atentamente as orientações contidas no Manual. Mantenha especial atenção, pois trata-se de um compartimento de Alta Voltagem (mais de 600 volts estão presentes). Utilize sempre ferramentas não-metálicas quando estiver nessa atividade. Efetuada a neutralização, confira e retoque se necessário a corrente de repouso das válvulas (BIAS) para 60 mA, com o controle de portadora (CARRIER) e de ganho de microfone (MIC) na posição "toda fechada".

fonte: http://julianopietsch.blogspot.com

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